Ainda que já some cinco anos de existência, é sempre em tempo dar boas vindas à Lúbrica, banda que nasceu no centro da cidade de São Paulo e uniu músicos de diferentes lugares do país e trajetórias (e referências e…) distintas. Assumindo seu shoegaze com sensibilidade pop, o grupo apresenta seu EP de estreia, Descompasso. Produzido por Henrique Meyer (Supercolisor), Descompasso é a justa junção das vivências de Rafaela Antonelli (bateria), Nath Pollaris (baixo), Diego Lucon (guitarra) e Gabriel Felipe Jacomel (voz) pela cidade e por tudo o que a atravessa.
A história do grupo começa ainda antes: em 2023 se comemoram dez anos que Rafaela, baterista na banda Deadman Dance, chamou Gabriel (que até então movimentava a cena catarinense) pra tocar punk em São Paulo. No ano seguinte, Gabriel abordou Diego “no banheiro da empresa de tradução em que todo mundo trabalhava”, pra descobrir em seguida uma torrente de pequenas pérolas do guitarrista - ou sendo lançadas pelo (selo) Plataforma Records com o projeto Last Man On Earth, ou solos. Nath chega um pouco depois, em 2019, vinda da carreira solo à frente do projeto de indie pop Pollar!s. As vidas e trabalhos se misturaram cada vez mais, sendo Nath e Rafaela instrumentistas na banda de Bruna Ryan e Diego e Gabriel parceiros no projeto Freud and The Motherfuckers!.
Sobre Descompasso, a banda comenta: “Demos início à pré-produção e à gravação do EP propriamente dita em 2021. Em 2022, Henrique Meyer (que trabalhou em diversos projetos com nosso vocalista nos últimos quinze anos), assume a produção musical dos fonogramas em seu home studio. Em doses homeopáticas, e rearranjando cada som com todo o carinho, gravamos cordas e vocais até meados de setembro do ano passado. Todo mundo cantou em todas as músicas, e vai ser um divertido desafio levar essas peripécias pro nosso show”. Já em 2023, a Lúbrica pôde ver as músicas criarem corpo e, mais tarde, nascerem finalmente.
Idas e vindas descompassadas no processo de formação não apenas do EP, mas da banda em si ao longo dos últimos dez anos – resultando num belo e toro passeio pelo punk, post punk, shoegaze, indie e, também, pela canção que reside dentro do rótulo do rock. Ter um poeta como vocalista, nesse sentido, não é pouca coisa. Caminhar, sentir e experimentar podem ser vividos musicalmente ao longo das cinco ágeis faixas de Descompasso. A música se encontra, felizmente, com caminhos prolíferos em referências e com uma juventude insistente, tão representativa para as metrópoles, em Descompasso.