A Conferência do Clima da ONU (COP30), realizada em Belém, no coração da Amazônia, marca um momento decisivo nas negociações globais sobre sustentabilidade. Pela primeira vez, o encontro acontece na região que simboliza a urgência da preservação ambiental e coloca o Brasil no centro das discussões internacionais.
Para Paula Chaccur, sócia e líder da área ambiental do escritório CGM Advogados, esta edição inaugura uma fase mais prática da agenda climática. “É talvez a primeira COP em que o tema das finanças climáticas deixa de ser apenas retórico e passa a se estruturar em instrumentos concretos de engenharia financeira”, afirma.
Entre os destaques está a criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), que entra agora em sua etapa regulatória. A expectativa é que, nos próximos meses, sejam definidos os setores abrangidos, as metodologias de cálculo e a autoridade responsável pela gestão do mercado de carbono.
Chaccur ressalta que o Brasil possui vantagens estratégicas, como uma matriz energética majoritariamente limpa, potencial de liderança em biocombustíveis e soluções baseadas na natureza. Esses ativos, segundo ela, podem posicionar o país como protagonista na transição climática global.
No entanto, a especialista alerta que sem marcos regulatórios claros, segurança jurídica e instrumentos financeiros inovadores, o avanço corre o risco de permanecer apenas no discurso. A consolidação de regras sólidas será determinante para atrair investimentos e garantir credibilidade ao mercado de carbono brasileiro.
Com duas décadas de experiência em projetos de carbono, licenciamento ambiental, gestão de riscos e governança ESG, Paula Chaccur participa da COP30 oferecendo análises sobre os desafios regulatórios e o papel do setor privado na transformação sustentável. Sua visão reforça a importância de estruturas legais e financeiras robustas para que a transição climática se torne realidade.